Magnífica Mundi: há 25 anos fortalecendo a comunicação comunitária e amplificando vozes que importam
Por: Stéphany Lina Gondim; Maria Luiza Péres; Luísa Rodrigues Vaz Eduardo Viana; Jessica Inácia Lopes e Eduarda Gomes Martins
Projeto Magnífica Mundi
Idealizada como um “complexo comunicacional”, a Magnífica Mundi nasceu com a proposta de integrar rádio comunitária, rádio on-line e webTV em um único ambiente de produção laboratorial. A estrutura, inicialmente formada por dois computadores e uma câmera, tornou-se ferramenta essencial para estudantes e professores desenvolverem projetos de extensão, coberturas jornalísticas e oficinas de comunicação voltadas para comunidades e movimentos sociais.
Ao longo de suas duas décadas de atuação, o coletivo se consolidou como um espaço de formação prática, reflexão crítica e apropriação tecnológica. O projeto desmistifica o uso das novas mídias e estimula uma relação mais horizontal entre comunicadores e públicos, valorizando narrativas que costumam ser ignoradas pelos meios tradicionais. De acordo com o responsável, Nilton José, a Magnífica Mundi fortalece o entendimento da comunicação como direito social e arena de disputa por visibilidade.
De uma provocação em sala de aula ao cinema na Bolívia: conheça a história do projeto BraBo
O coordenador do coletivo Magnífica Mundi, Nilton José, relata, em uma entrevista concedida a nós que, através de uma provocação feita por um estudante em 2007, mudou o rumo de uma disciplina de jornalismo e deu origem a um projeto internacional de cinema. O projeto Brasil/ Bolivia (BraBo) surgiu a partir de uma iniciativa audiovisual e intercâmbio cultural e que já resultou na produção de diversos documentários estudantis.
A semente dessa parceria foi plantada muito antes, em 1998, na época, o coordenador era de um grupo que participou de uma importante mostra de cinema em Cuba, onde o grupo exibiu duas produções. Foi lá que ele conheceu diversos cineastas, incluindo um boliviano, criando um laço que seria retomado depois. Porém, o projeto só tomou forma em 2007, dentro da sala de aula. O professor explicava aos alunos sobre a riqueza cultural do Cerrado, suas dezenas de línguas, povos e possíveis nações que muitas das vezes passam despercebidas. A ideia inicial era fazer uma viagem de campo para a fronteira do Paraguai.
Foi quando um aluno lançou um desafio: “Por que não ir à Bolívia?”. A turma aceitou a ideia e a disciplina se transformou em uma expedição. Dessa viagem nasceu o “Curso Internacional de Cine Documental Sem Fronteiras”. Segundo o coordenador, não se trata apenas de turismo, mas de uma oportunidade real de aprendizado. Ele destaca a 6° edição BraBo, onde os estudantes produziram 10 documentários. Para o coletivo, a relação com o país vizinho vai além da produção de vídeos, é um movimento que articula povos e culturas, onde os pesquisadores atuam como peças fundamentais nessa construção. Confira a entrevista completa na íntegra clicando aqui.
Uma jornada de transformação e comunicação
A jornada de transformação e comunicação do coletivo é um convite aberto a todos os estudantes que desejam aprender, criar e compartilhar suas perspectivas sobre o mundo. Não importa o curso, o período ou a experiência, o que realmente importa é a disposição de se conectar com a comunidade e contribuir para uma comunicação mais plural. Expandindo as fronteiras da universidade, o coletivo busca democratizar espaços de acesso, permitindo que as comunidades compartilhem suas histórias, desafios e conquistas, ao mesmo tempo em que transforma a vivência universitária com o apoio de iniciativas locais parceiras. Para se aproximar ainda mais desse coletivo que inspira criação e diálogo, preparamos um spot especialmente voltado aos estudantes. Ouça aqui e descubra como fazer parte dessa construção coletiva.
