A ética no contexto da pandemia


Prof.ª Divina Eterna Vieira Marques

Profª Gardene Leão de Castro

 

A fim de abordar a ética no contexto da pandemia, eu e a Professora Gardene Leão de Castro escrevemos um artigo intitulado A ética no contexto da pandemia: a Covid-19 e as novas formas de ver o mundo,  que foi publicado no livro Gestão de crises, Relações Públicas e Covid-19, acessível no site da FIC RP. As palavras chave são ética, pandemia e sustentabilidade. A palavra ética como aquele guarda-chuva que deve amparar o ser humano em seus momentos difíceis, em seus dilemas existenciais. No caso, o momento difícil é a pandemia. E a sustentabilidade vem complementar a ética, indo mais diretamente ao assunto, que é a instabilidade emocional e econômica proporcionada pela pandemia.

A introdução do capítulo versou sobre as guerras, dadas as semelhanças com os fatores e consequências da pandemia: medo, morte, perdas, prejuízos financeiros, prejuízos morais e as expectativas causadas por essa situação de caos. O que se vive hoje não é uma guerra, cujo inimigo se vê a olhos nus – o Corona vírus é ínfimo, porém poderoso e o que ele carrega consigo adquire proporções inusitadas.

Ninguém estava preparado para congelar a vida em tudo o que ela representa: trabalho, amigos, lazer, prazer. E encontrar a felicidade em momentos atípicos assim como esse requer um suporte. Esse suporte passa pela ética. O que se questiona nessa análise é que ética seria essa e concluímos que todas elas podem vir em nosso socorro, especialmente a Ética das Virtudes baseada em Aristóteles e a Ética da Responsabilidade, baseada em Hans Jonas.

Outras éticas foram ponderadas no decorrer da apresentação, como o utilitarismo, enquanto se discute a triagem dos pacientes na disputa por um leito de UTI – uma vida tem mais valor que a outra? Ou a manutenção ou suspensão do confinamento – que valores devem ser levados em conta? Os financeiros ou o valor da vida em si?

Kant diria que as coisas são como são e que o imperativo categórico do “dever ser” pode ser um caminho. Afinal, questionar antes de agir se sua ação poderia tornar-se universal é um parâmetro razoável. Aristóteles, Kant, Habermas, têm razão e podem sim, nos dar um norte. Mas, a Ética da Responsabilidade de Hans Jonas, no sentido de “cuidar de “ é uma ética planetária e abrangente, podendo  até mesmo abarcar as outras éticas. Cuidar de si como ser humano,  cuidar dos outros e cuidar do cenário em que se vive pode ser o caminho mais adequado.

Essa é a conclusão do nosso trabalho.