CULTURA E COMUNICAÇÃO ORGANIZACIONAL

Profa. Dra. Maria Francisca Magalhães Nogueira
Profa. Dra. Adriane Nascimento

Pode-se levantar a hipótese de uma cultura singular nas organizações? Sim, mas também plural, contraditória, transversal, que associa várias heranças e as várias matrizes de sua história. Então, as organizações são um mundo de significações. Ela cria, inventa e reinventa significações. Nós mesmos somos de alguma maneira “fabricados”, constituídos socialmente e isso se manifesta em signos comuns, válidos para todos, e também pela imposição de atitudes, posturas, gestos, comportamentos (CASTORIADIS, 1986).
Tendo em vista as afirmações efetuadas, pode-se dizer que a cultura das organizações se constitui em capital cognitivo que acaba se transformando em modelo que elege, prioriza ou renega ideias, conceitos, informações. Isto posto, é possível dizer que a cultura das organizações cria um “mundo de significações” que pode se manifestar em suas políticas, valores, hábitos e comportamentos entre tantos outros conteúdos; ela cria, inventa, reinventa essas significações. Não sem razão, que os colaboradores e gestores das empresas vão produzindo seu modo de assimilação, aprendizado e conhecimento da cultura vigente.
Dessa perspectiva, a comunicação como elemento da cultura reflete a cultura do lugar: o que se fez, o que se faz, os seus valores. Daí a necessidade de planejamento, de elaboração e de execução da comunicação sem perder de vista o caráter localizado, mas que a todo momento também se encontra em processo de transformação, em que todo gesto, toda relação no âmbito do indivíduo ou do grupo, cria condições novas no interior da cultura.
Desse modo, pode-se dizer que no conceito de cultura está contida a ideia de comunicação e de sociabilidade entre os indivíduos. Não sem motivo, a comunicação necessita estar em consonância com a cultura da empresa para que seu planejamento se transforme em um guia de ação, a ser modificado enquanto se caminha, ou seja, no dia a dia das organizações.