Elvis Abreu Almeida*
O corona vírus nos fez rever
valores e mudar hábitos. Não está sendo
fácil para as pessoas, não está sendo
fácil para a sociedade. Como andar de coletivo, sem ficar apreensivo?
Como sair com amigos? Onde ir em tempos de
pandemia? Trabalhar e estudar não é mais a mesma coisa. Tudo mudou.
Não estou falando aqui simplesmente da
alteração da rotina nesses dias de isolamento, em que não podemos mais fazer
caminhadas, viajar, passear na casa de parentes, fazer compras à vontade
ou ir aos nossos bares e restaurantes preferidos. Nosso cotidiano se
transformou e não foi para melhor. Muito ao contrário.
Difícil é saber quando a
pandemia vai terminar e se vai terminar
– essa é a dúvida crucial. Será que esse vírus vai desaparecer do planeta? A
quarentena tem sacrificado nossos relacionamentos
com professores, colegas, pais, amigos. E nós precisamos de companheirismo social,
precisamos conversar, abraçar, trocar afagos. Essa configuração social mudou. Nada de
abraços por agora. Não está sendo fácil.
De agora pra frente, no mundo
pós-pandemia, será diferente. Diferente como foi depois da segunda guerra
mundial? Naquela ocasião tivemos um grande desenvolvimento tecnológico, mas
agora, em tempos de pandemia, a evolução
tem sido especialmente na área da tecnologia digital. Quem sabe, sabe e
consegue ficar atualizado. Quem não sabe, e não pode, fica de fora. Simplesmente
assim.
As transformações vão além disso, são
inúmeras e passam pela política, economia, modelos de negócios, relações
sociais, cultura, psicologia social e a relação com a cidade e o espaço público
- todos são afetados. Hoje a crise obriga as comunidades menos
favorecidas, as favelas a se unirem e trabalharem mais como equipes, como
grupos. Existe mobilização de entidades para cestas básicas, marmitex, álcool,
além de orientações básicas de sobrevivência em tempos de crise. Pessoas que se
unem para ajudar os menos favorecidos, os idosos, moradores de rua. Isto é um
bom sinal.
O fechamento do comércio e a falta
dele nos leva a questionar nossos hábitos de consumo. Precisamos consumir
tanto? Mas não podemos negligenciar o lado de lá: os vendedores desempregados,
os pequenos e médios comerciantes, os ambulantes. Muitos empregos estão
sendo fechados, algumas atividades perdem espaço enquanto outros serviços
ganham mercado.
Uma coisa é certa: a pandemia fez com
que o sentimento das pessoas aflorasse e elas se unissem mais. O momento,
de fato exige união: contra as fakenews, contra as atitudes equivocadas do
governo e a falta de preparo para governar um país tão grande. O que se espera
é que o corona vírus seja vencido pelas ciências, pelos profissionais da saúde
- cada cidadão deve fazer a sua parte. O Brasil há de entrar nos trilhos.
*Estudante de Relações Públicas da UFG