A COMUNICAÇÃO INTERNA EM MOVIMENTO

 Profa. Dra. Maria Francisca Magalhães Nogueira
Profa. Mestra Rose Mendes da Silva

O ser humano, por excelência, é gregário. A comunicação com o outro é fulcro de um processo de ‘peregrinação’ na busca por comungar, participar de experiências que lhes acrescentem motivação para a vida, para o trabalho, para os negócios, entre outros.
Afinal, o contato com a empresa, chão ‘sagrado’ para a qual o colaborador se preparava pelo rito de colocar os sapatos para a vida social e prática, parece estar longe de se realizar.
Talvez, nunca as empresas precisaram tanto se pôr em movimento em direção a seus colaboradores, afinal a maioria das pessoas está trabalhando remotamente. Então, como manter estas pessoas alinhadas à filosofia, às políticas e aos objetivos estratégicos de suas empresas? Afinal, nem todas estavam preparadas para o uso de tantas tecnologias disponíveis.
Refugiados em home office e home school, por causa da pandemia, as pessoas nunca estiveram tão conectadas. Sendo assim, as empresas precisam ensinar a usar as novas tecnologias, a dominar suas linguagens e, ao mesmo tempo, motivar os indivíduos a desenvolver seu trabalho em tempo hábil e de forma virtual. Os tempos mudaram. Será que há a emergência de um novo modo de trabalho e de educação? Que lembranças têm as pessoas do seu trabalho presencial? Que significado estão dando a esta experiência compartilhada através da tecnologia?
Talvez seja permitido, aqui, a partir destas e de outras perguntas, questionarmo-nos acerca da emergência desse novo tempo, que talvez venha a se consolidar e a se projetar em linhas de continuidade entre o presencial e o virtual. E é assim, dentro dessa perspectiva do ‘tempo’ online, em suas mais diversas modalidades, que a comunicação interna das empresas deve ser repensada.
Sendo assim, os testemunhos isolados – os colaboradores –, precisam de incentivo acerca do esforço que estão fazendo para se adaptar ao novo momento. Para isto, algumas ações podem se exercitadas pelas empresas: 1) abrir um espaço para que eles possam compartilhar seus anseios e dificuldades; 2) criar um happy hour virtual que seja um fórum para que cada um tenha a oportunidade de falar sobre sua rotina e sobre suas dificuldades; 3) criar uma rotina de comunicação sobre a pandemia e, além disso, 4) criar um e-mail que sirva de referência para eles e seus familiares, abrindo um canal de acesso para dúvidas e sugestões.
Em síntese, o trabalho e a escola são a casa por substituição, a morada que deve acolher, sossegar, tranquilizar. É em torno da segunda casa, fisicamente ausente, que as empresas precisam trabalhar a comunicação interna para que ela propicie a emergência de uma sociabilidade mais convivial, em que afinidades, cumplicidades e trocas de emoções criem uma ‘comunhão’.