Turismo local como possibilidade pós-pandemia


Maria Francisca Magalhães Nogueira
Profa. do curso de Relações Públicas/UFG
Rose Mendes da Silva
Profa. do curso de Biblioteconomia/UFG
E agora José... como fica o turismo em época de pandemia? Para muitos países o turismo representa uma fatia representativa de seu Produto Interno Bruto (PIB). Imaginem cidades como Rio de Janeiro, Roma e Paris, entre outros, sem as levas de turistas com os quais estavam acostumados em época de não pandemia; onde a busca por lugares e objetos com significados próprios proporcionavam a garantia de prazer com o descontentamento com não lugares – em uma acepção de Marc Augé (1994).
Talvez se começará a ver experiências mais acentuadas de cenas, no caso do estado de Goiás, no espaço rural, em busca do ideal idílico de natureza, de sociabilidade, de segurança e tranquilidade, de ar mais puro.  Pode ser que seja acirrada a busca por um lugar turístico como Pirenópolis, com suas cavalhadas, uma das tradições culturais mais importantes de Goiás. A curto prazo, quem sabe, será observada a tendência de buscar um lugar mais próximo onde se tenha mais informações e que não fujam do nosso controle imediato. Inclusive, uma investigação mais aprofundada pode eleger algumas das muitas possibilidades do uso da cultura local para alavancar o turismo.
A curto e médio prazo estados, como o de Goiás, poderiam apostar na busca do turista pelo campo – o turismo rural – uma prática mediada e atravessada pelo imaginário de rural, em que o turista busca captar o mundo de significações que o campo é para ele. Apelar para a ideia de campo imaginado, contemplado, vivido, rememorado, venerado e comemorado, que não é nem um pouco excludente e que poderia ser uma opção a mais.
Associar a ideia de deleite que o contato com a natureza provoca nos sentidos e a contemplação disto com olhar admirativo e afetuoso, quase inefável; chegando a comemorar comendo aquele arroz com pequi. Nesse ápice de comemorar, no campo, a volta a dias considerados como normais, vivenciar a sociabilidade em família no ato de comer, por si rotineiro e profano, com certeza irá adquirir caráter de celebração em razão da sacralidade do lugar – o campo.