Junto com
profissionais da saúde e com os jornalistas dos veículos de comunicação, os
profissionais da comunicação corporativa estão enfrentando dias intensos e
complexos nas organizações.
Convencer
gestores a se comunicar com transparência; construir mensagens e narrativas
para marcas, empresas, governos; atender a ansiedade de empregados,
colaboradores, fornecedores e clientes e; em meio ao caos comunicacional,
produzir diálogos significativos que minimizem o pânico e gerem atitudes
preventivas são desafios gigantescos.
Mas tudo
poderia ir melhor se, no meio do caminho, não tivéssemos as fake news para
tumultuar o ansioso cenário comunicacional.
É por isso que
esse primeiro artigo da série: Pandemia de Coronavírus –
Desafios para os profissionais da Comunicação Corporativa quero
trazer algumas ideias sobre o combate às fake news.
Um e-mail
falso usando a identidade de marca de uma escola, de uma prefeitura, de uma
empresa; aquele áudio emocionado recebido no whatsapp contando detalhes e
bastidores de uma situação; um texto com orientação sobre os serviços e
atendimentos ou o link de uma notícia de blog ou canal de informação
desconhecido. São essas e outras as várias faces da fake news.
Aqui vale um
alerta especial sobre o uso do whatsapp, principal, embora não exclusivo,
instrumento de disseminação de fake news. Grande parte das pessoas usa essa
rede, que tanto nos aproxima e agiliza o cotidiano, como um espaço de
compartilhamento de medos. Sim, os medos ganham formato de áudios, links de
notícias, textos e imagens. Nem sempre são pessoas mal intencionadas. Ao
externar o medo, muitos se sentem aliviados ou estabelecem uma rede que os
conforta. É o medo assumindo feições de informação oficial.
Se o grande
propósito da comunicação corporativa é gerar sentido para que os interlocutores
compreendam e dialoguem claramente sobre o conteúdo de uma mensagem, combater
as fake news é uma tarefa cotidiana. Mas como fazer? Aí vão três dicas simples.
1. Eduque
previamente seus interlocutores – Faça
campanhas e ações educativas sistemáticas alertando para a existência da fake
news. Mas faça isso claramente, mostrando os formatos e avisando como chegam as
notícias falsas. Lembre seu público que nem sempre são links de informações
publicadas em sites. Do áudio emocionado ao e-mail falsificado, tudo é
manipulação mal intencionada, ou não, de informações.
·
Desmascare as fake news – No caso de circulação de um boato ou de uma notícia falsa, faça
o contraponto. Alerte seus interlocutores. Avise que o conteúdo está circulando
e que não é verdadeiro. Dessa forma, você evita que a informação seja
disseminada de forma mais rápida que o Covid-9.
·
Mantenha canais de diálogo – Tenha práticas de conversação com seus públicos e interaja
constantemente em seus espaços/canais como forma de esclarecer dúvidas e evitar
a disseminação das fake news. Sim, isso exige agilidade e atendimento em tempo
real. Dá trabalho, mas evita grandes estragos. Vale a pena investir em equipe
que responda com agilidade e qualidade. Nada de recortar e colar respostinha pronta.
Nas grandes
crises, felizmente, há muita solidariedade e muita ação positiva. Por outro
lado, as perversidades e os oportunismos também têm espaço. Os profissionais de
comunicação corporativa precisam aprender mais sobre comunicação para situações
de crise e, em momentos como esse, no qual a sociedade está mais atenta e
sensível, podem investir no combate cerrado à incomunicação. Na pandemia do
medo, a informação se transforma em arma que pode antecipar o caos ou recuperar
a ordem.
Vencidas as
fake news, nos próximos artigos vamos conversar sobre os desafios da
transparência, da estratégia, da execução integrada e do diálogo efetivo.
Dificuldades e oportunidades que a Pandemia do Coronavírus apresenta para os
profissionais de comunicação corporativa.
Publicado por Rosângela Florczak
Consultora e
Professora em Comunicação Corporativa e gestão de reputação, especializada em
Prevenção e Gestão de Crise. Doutora e mestre em comunicação (PUCRS),
especialista em sociologia (UFRGS), comunicação empresarial (ESPM) e Teorias e
Práticas de Ensino (ESPM). É graduada em jornalismo (UFSM). Com mais de duas
décadas de atuação na área de comunicação organizacional / corporativa.
Atualmente é consultora e professora de Graduação e Pós-Graduação na ESPM e
Sócia-Diretora da Verity Consultoria. Ver todos os posts por
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